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Entrevista: Rodolfo Krieger, da Cachorro Grande

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O ano de 2016 é de grandes novidades para a Cachorro Grande. Prestes a lançar o oitavo disco de estúdio – parte de uma trilogia iniciada há dois anos com Costa do Marfim e seus surpreendentes elementos eletrônicos -, a banda foi escolhida para abrir o show dos Rolling Stones em Porto Alegre na próxima quarta-feira, 2 de março. Mesmo com uma bagagem de dezessete anos de estrada, os gaúchos não escondem a euforia em tocar no mesmo palco que uma de suas maiores influências. É certo que já se apresentaram ao lado de grandes nomes, mas Stones é Stones. Foi por aí a conversa que eu tive com o baixista Rodolfo Krieger, que falou também da parceria com o produtor Edu K – da banda DeFalla -, do clipe novo - “O Que Vai Ser”, dirigido pelo britânico Charly Coombes – e da “fórmula” de longevidade da banda.

AZOOFA - Como surgiu a oportunidade de abrir pros Rolling Stones? Vocês já tiveram algum contato com o pessoal da banda? Qual a expectativa pro dia 02/03?

Rodolfo Krieger - O pessoal da produção que ligou no escritório e foi uma surpresa pra gente! Não vou negar que a banda estava rezando para que isso acontecesse, mas quando bateram o martelo tivemos um ataque de alegria, choro e histeria ao mesmo tempo. Ainda não tivemos nenhum contato com eles, mas parece que eles recebem as bandas de abertura no camarim por um curto tempo e fazem uma foto oficial, mas nada certo ainda. Tomara que role!

É fato notório que os Stones são uma das principais influências da Cachorro Grande. Apesar de vocês já terem tocado no mesmo palco que Iggy Pop, Oasis, Supergrass, entre outros, dá pra considerar este o maior evento que a banda já participou?

Sem sombra de dúvidas abrir o show dos Rolling Stones vai ser o maior evento que já participamos. É muito estranho estar falando sobre isso, ainda não caiu a ficha para a gente. Quando eu acordo e me olho no espelho eu fico pensando, será que é isso mesmo que tá rolando?

Esse ano sai o disco novo, 8º de estúdio e 2º capítulo da trilogia que começou em 2014, com Costa do Marfim. Conte um pouco sobre este trabalho. Em que pé está? A previsão de lançamento é pro 2º semestre?

Já gravamos todos os instrumentos e vozes e estamos começando o processo de mixagem. A ideia inicial era lançar no segundo semestre, mas estamos tão felizes com o resultado que resolvemos lançar antes, se tudo der certo em julho, no máximo, lançamos. Como você mesmo disse, esse disco é o segundo de uma trilogia que estamos fazendo com o Edu K e ele continua misturando rock com música eletrônica. No Costa do Marfim abusamos de sons psicodélicos, mas esse está um pouco mais cru e pesado, seria algo como colocar o The Who e o Chemical Brothers no liquidificador.

Dá pra dizer que essa essa trilogia é diferente de tudo o que a banda já fez?

Sim, podemos dizer isso, mas ela não deixa de ser uma evolução do que já vínhamos fazendo. Se você for escutar a nossa discografia vai notar que ja vínhamos tomando esse rumo!

Quais as principais diferenças que vocês destacariam entre os trabalhos de produção do Rafael Ramos, responsável por Pista Livre, Todos Os Tempos e Cinema, e do Edu K, produtor de Costa do Marfim e atualmente trabalhando no próximo álbum?

A diferença é que com os álbuns anteriores a banda já chegava com as músicas quase prontas e ensaiadas, e o trabalho do Rafael Ramos era captar o melhor som, coisa que ele faz muito bem por sinal. Já com o Edu K, as músicas foram passadas pra ele no formato de demos caseiras e nós nem ensaiamos para gravar o disco, as coisas foram todas acontecendo na hora.

Como uma banda de 17 anos faz pra se reinventar e não acabar “cover de si mesma”, como você mesmo disse em uma entrevista?

Eu acho que o fato de lançar discos periodicamente é fundamental. Além disso, nunca cair na mesmice de ter achado a “fórmula” é sensacional e muito importante! Não me imagino fazendo algo que eu não acredite só para vender ou agradar aos outros.

Acredito que a Cachorro Grande tenha se inspirado mais em bandas gringas ao longo desses anos, mas por serem do Rio Grande do Sul, importante celeiro do rock no país, é impossível não perguntar quais as principais influências musicais gaúchas que vocês têm! Aproveito e pergunto também o que vocês andam ouvindo e recomendam de lá atualmente?

Eu gosto muito de várias bandas do Rio Grande do Sul, mas nenhuma delas nos influenciou diretamente. Claro que a gauchada é tudo louca pelos Beatles e Stones e, consequentemente, acaba soando algumas coisas parecidas, mas não acredito que eles também tenham influência de Cachorro Grande, e sim, da mesma fonte que bebemos. Minha banda favorita do sul é Os Replicantes. E a respeito das bandas de lá eu estou completamente por fora do circuito, faz tempo que eu não vasculho pra ver o que está rolando.

Recentemente saiu o clipe de “O Que Vai Ser”, dirigido pelo Charly Coombes, que já havia sido o responsável pelo video de “Como Era Bom”. Como é trabalhar com ele? O resultado foi o esperado?

Sempre é legal, o Charly é nosso amigo e fala a mesma língua que a gente, aliás não fala (risos). Enfim, ele sabe exatamente o que a gente quer e isso facilita muito o nosso trabalho e o dele também, é uma parceria que deu certo e que vai durar bastante.

E quanto aos projetos paralelos? Podemos esperar alguma novidade para este ano também?

Parece que o Gross está gravando algumas coisas, mas não sei ao certo. Eu estou estudando sitar e musica clássica indiana, talvez grave algumas coisas, mas não tenho nenhuma pressa nem a pretensão de lançar nada por enquanto.

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